terça-feira, 7 de fevereiro de 2012

A Cesar o que é de Cesar e a Deus o que é de Deus

O autor dessa frase, pensador, anarquista, revolucionário, dono de grandes virtudes e inabalável coragem derrubou não só um império. Mudou os rumos da humanidade de forma tão radical que só muito tempo depois pode-se aquilatar a dimensão da sua obra.
Seus ensinamentos, quando não seguidos, mostram de forma dolorosa que os erros cometidos trazendo a desordem e a injustiça, o caos enfim.
Há alguns dias, um colega defendeu o uso da faixa de 12 metros pelos “irmãozinhos” caminhoneiros, argumentando que os “coitadinhos” precisavam falar com suas famílias, precisavam do rádio para suas seguranças e que, “coitadinhos” eles mereciam nossa admiração e respeito porque sem eles o Brasil pára. São eles que transportam a nossa comida e nossos bens, enfim devemos tudo a eles. Finalizando sua argumentação o autor da defesa dos “coitadinhos” disse que era um deles e encerrou: “Caminhoneiro com muito orgulho”.
O nosso colega perdeu uma excelente oportunidade de ficar calado, foi infeliz e infantil na sua pobre e tola argumentação.
Obviamente não temos e nem poderíamos ter algo contra qualquer classe, fosse ela constituída de investidores, banqueiros, floristas ou radioamadores. São legítimos representantes de uma comunidade e como tal deve ser respeitada.
Seguindo a estúpida argumentação do infausto colega, deveríamos defender os intrusos dos 10 metros, dos 40 metros, defender os assaltantes os criminosos ou será que a delinqüência é prerrogativa dos pobres e desamparados? Não é o que trazem as notícias, nem o que conta d. Nicéia. Dentre os malfeitores apontados por ela pude constatar a existência de engenheiros, administradores, economistas, advogados, pessoas que usam colarinho branco, pessoas que usam colarinho colloridos…
Essas pessoas também são pais-de-família, pertencem a classes trabalhadoras e honradas, ou será que trabalhador é apenas o metalúrgico do ABC? Embora as classes desses senhores sejam honradas e trabalhadoras eles não o são, e em não o sendo, e devem ser investigados, julgados, presos e condenados.
Da mesma forma os operadores da faixa do cidadão que não respeitam a alocação de freqüência, legalmente estabelecida, devem ser punidos com o rigor da lei, sejam eles políticos ou caminhoneiros, a lei não os distingue. Segundo os ensinamentos, proferidos à mesma época da frase-título, a lei é igual para todos e deve ser cumprida ou então teremos a desordem, o caos. A sociedade tornar-se-á o que é hoje a faixa dos radioamadores. Podemos viver sem o rádio, mas não podemos viver, literalmente, sem o respeito à ordem estabelecida.
A agregação de pessoas ao redor de um instrumento corporativo com o objetivo de defender interesses mútuos é uma atitude correta e sadia.
Quando algumas pessoas passam a defender de forma irracional os erros cometidos por funcionários relapsos, incompetentes, ladrões, levantando como bandeira pertencerem à categoria do faltoso, utilizando-se do famigerado espírito de corpo, (ou seria espírito de porco?) mostram de forma clara que não estão aptas a viver em sociedade. Defendem o erro com intenções sorrasteiras, com a única finalidade de promoverem-se. Pensam, que “defendendo o colega” angariarão votos para a próxima eleição sindical. Não são apenas cínicas, são moralmente deformadas.
Essas pessoas, falsas defensoras dos “fracos e oprimidos”, não merecem nosso respeito, merecem, antes, nosso desprezo pela falta de respeito à nossa inteligência e capacidade de avaliação. O corporativismo defeituoso é uma doença social e como tal deve ser extirpada. Não se trata de preconceito, trata-se de pós-conceito.
Arrectis Auribus
de PY2YP – Cesar

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